depois de toda tempestade vem a calmaria.
não importa se sobrevivi ou não. a calmaria chega mais cedo ou mais tarde de qualquer maneira.
também não importa se a calmaria veio, mas continuei no meio do oceano. sem saber pra onde ir, sem rumo.
inclusive, vejo umas nuvens de chuva se formando logo a frente.
mas esse texto não é sobre ficar em um ciclo de tempestades, vivendo aos trancos e barrancos esperando a calmaria vir para, enfim, ter um respiro. sobrevivendo. resistindo.
é sobre o naufrágio que sofri. é sobre a tempestade que criou-se dentro de mim e me guiou para os mais diversos caminhos que (inesperadamente) tropecei. errando os mesmos erros. acertando os mesmos acertos. percebendo que os ciclos vão se redizendo e que sussurram algo em meus ouvidos que mal consigo escutar.
ignoro-os mas começam a gritar, como o estrondo de um trovão e já se tornam indistinguíveis. me vejo sendo levado para o olho do furacão. há algo mais que possa fazer a não ser me entregar ao próprio caos que criei?